Relatório do mês de Janeiro

Piura, 30 de Janeiro de 2009

Amados irmãos em Cristo;

“Que a graça e a paz de Jesus Cristo abunde em vossos corações!”

Mais uma vez me sinto feliz e honrado em poder comunicar-me com vocês, e quero primeiramente agradecer a cada irmão que tem ofertado com missões, tornando possível a nossa permanência aqui no Peru. Sei que foi Deus quem nos abençoou e enviou, mas ele fez isso usando vocês, portanto, tenho muito que agradecer a vocês: muito obrigado por confiarem em nós.

Como os irmãos já devem saber, o pastor Luzimário – que é o nosso pastor presidente aqui no Peru – está no Brasil, e eu (Leonardo) tenho tentado pastorear essa igreja durante a ausência dele com o mesmo carinho e atenção que ele sempre teve. Graças a Deus tudo está bem, os irmãos permaneceram firmes nesses dois meses de ausência do pastor Luzimário e outras almas estão chegando. Somente do bairro Los Robles, onde a irmã Jonara faz um culto semanal com as crianças, vieram 6 adultos e várias crianças. Também há novos convertidos de Tupac Amaru II, bairro próximo à igreja, e há um ponto de pregação na cidade de Castilla, há 20 minutos de onde estamos, onde não há nenhum missionário brasileiro. Há a possibilidade de se abrir uma obra lá, pois já há alguns convertidos e um deles até foi batizado, mas infelizmente faltam obreiros.

Continuamos evangelizando o bairro “Pajaritos”, na zona rural de Piura, onde o inimigo tem se levantado para desanimar-nos. Faziamos culto infantil todos os sábados no local da associação de moradores do bairro, mas infelizmente e sem nenhum motivo aparente, nos proibiram de fazer cultos lá. Não foi por causa de desleixo da nossa parte, porque sempre deixavamos o local limpo e ordenado. Isso começou no fim deste ano, quando emprestaram o lugar para a realização de festas católicas na passagem de ano. Desde então o povo tem nos tratado diferente e já muitas mães proibem seus filhos de participarem do culto, dizem para eles não nos ouvir, e por causa disso algumas portas estavam fechando. Isso causou um desânimo nos jovens que cooperam nessa obra, mas graças a Deus conseguimos animá-los a seguir trabalhando e orando a Deus. O resultado dessa insistência e das orações é que Deus abriu o coração do sr. Marcos, morador do bairro, para crer no evangelho, e ele nos emprestou sua casa para fazermos cultos semanais. Deus é fiel, irmãos!



A congregação do Bairro La Alborada ficou na responsabilidade do diácono Pablo, quem tem se esforçado muito, evangelizando, visitando com a esposa e sempre muito atencioso com os irmãos. Ele tem sido uma grande ajuda para nós, e graças a Deus até hoje nada temos que reclamar da conduta desse irmão. Os filhos dele têm cooperado lá nos cultos, cantando, tocando instrumentos e até pregando, e ele está muito feliz em poder auxiliar-nos dirigindo essa congregação.



O Ravi está muito bem; está com 8 quilos e meio, fala os seus “bababááás” e é muito ativo. A Jonara tembém está bem, cuidando do Ravi e de mim, e também está muito satisfeita com o trabalho que ela tem feito com as crianças, tanto em “Los Robles”, quanto na igreja como professora da Escola Dominical para crianças.

E por falar em crianças, tenho uma benção para contar-lhes. As crianças da escola dominical tinham cadeiras, mas não tinham mesas. Elas escreviam com os joelhinhos na terra e apoiavam a folha na cadeira. Via isso e me entristecia muito, mas depois de ouvir o testemunho de um irmão que trabalhava com crianças na periferia de São Paulo, cobrei ânimo, cortamos uns gastos e assim conseguimos fazer uma mesa bem grande para a escola dominical. O rapaz nos cobrou o equivalente a 130 reais para fazer o trabalho, incluindo o material. Isso é uma maravilha, pois as crianças já não precisam escrever ajoelhadas no chão.

Acontece que essas não são as únicas crianças que temos. Todas as sextas realizam-se 4 cultos infantis em lugares diferentes, sempre na casa de irmãos. Todas as semanas reunimos uma média de 100 crianças somando todos os grupos, mas acontece que dos quatro pontos de pregação, apenas um deles possuem mesa: nos demais, as crianças escrevem ajoelhadas no chão. Eu sei que tem gente que vai dizer: “Obra missionária é assim mesmo, e em todo lugar é assim!” Se alguém pensa assim, eu tenho que dizer: “Você está certo”. Há muitos lugares em que as crianças estudam assim, e outros em que as condições são ainda piores, mas isso não nos impede de fazer algo por essas crianças. Por isso, se algum irmão em particular se sentir tocado em doar uma mesa, eu quero dizer que as crianças aqui se sentirão felizes de não ter mais que escrever ajoelhadas.

Eu vou terminando por aqui essa pequena carta, agradecendo mais uma vez pela ajuda que vocês têm nos enviado. Quero também poder contar com as vossas orações, para o desenvolvimento dessa obra. Estamos com muita saudade, mas nos contentamos em saber que a nossa permanência nesse lugar é de Deus!

Que Deus os abençoe poderosamente, em Cristo.

Leonardo G. Silva